Rodriguinho salva e depois quase estraga a festa corintiana
Com a vitória nos pênaltis, Timão decide título com Palmeiras
Rodriguinho salva e depois quase estraga a festa corintiana

Está em desuso o tal centroavante enfiado na área adversária, geralmente de compleição física avantajada para ser cabeceador e proteger a bola, no que se convencionou chamar de ‘parede’.
No ado esse jogador era indispensável em qualquer time, mas Roberto Miranda, do Botafogo (RJ) dos anos 60, evitava ficar de costas para a ‘becaiada’. E ele é o focalizado no áudio Memórias do Futebol.
Os assuntos se misturam porque o Corinthians carecia do ‘centroavantão’ a partir da metade do segundo tempo da partida na noite desta quarta-feira, no Estádio Itaquerão, quando abusou do direito de cruzar bola à área do São Paulo, desconsiderando que já não contava com o especialista Jô, neste jogo decisivo pela semifinal do Campeonato Paulista.

A zagueirada são-paulina se encarregava de devolver todas as bolas alçadas, menos aos 47 minutos quando o meia Rodriguinho, 1,77m de altura, subiu livre, testou após cobrança de escanteio, e tirou um peso da torcida corintiana.
A vitória por 1 a 0 deu sobrevida ao Corinthians para decidir vaga à final nas cobranças de pênaltis.
Aí, caprichosamente, o mesmo Rodriguinho errou uma das cobranças dos corintianos, mas como o São Paulo errou duas, ele pôde comemorar a classificação, para decidir título com Palmeiras.
POUCAS CHANCES
Embora movimentado, do ponto vista técnico foi um jogo sofrível. Basta constatar o histórico de uma defesa do goleiro corintiano Cássio, com o pé, e nenhum do são-paulino Sidão.
Nas duas chances do Corinthians, a bola caiu nos pés de Emerson Sheik que chutou pra fora. Ele jogou mal e deu claros indícios de que a carreira está chegando ao final, se é que não chegou.
Assim, mesmo com time bem ‘meia boca’, por pouco o São Paulo não sustenta o zero a zero.
A rigor, teve postura até surpreendente no primeiro tempo, quando saiu pro jogo e chegou até a marcar pressão saída de bola dos corintianos.
Como o empate lhe interessava, é evidente que optou por se resguardar no segundo tempo.
DESARMES
Ao longo da transmissão pela TV Globo, provavelmente foi o jogo, nesta temporada, que o narrador Cléber Machado mais repetiu que fulano errou o e. Isso de ambos os lados.
Outra particularidade: foi um dos jogos deste Paulistão em que mais se registrou desarme limpo nas jogadas.
Logo, a questão colocada seria creditar a falta de capacidade da boleirada de se desvencilhar do adversário, ou foi melhorada a qualidade de se ‘roubar’ a bola?