Bobadilla, do São Paulo, presta depoimento e é indiciado por injúria racial

Volante do São Paulo é acusado de injúria racial contra jogador do Talleres; caso pode levar a ação penal e suspensão.

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Delegado confirma indiciamento após depoimentos de testemunhas e finalização do inquérito policial. (Foto: Reprodução/SPFC)

São Paulo, SP, 12 (AFI) – O volante Damián Bobadilla, do São Paulo, foi indiciado pela Polícia Civil por injúria racial contra o venezuelano Miguel Navarro, jogador do Talleres. O caso ocorreu durante partida válida pela Libertadores.

Bobadilla compareceu nesta quarta-feira para prestar depoimento após intimação. Segundo o delegado responsável pela investigação, o atleta tricolor não apresentou elementos capazes de alterar o rumo do inquérito.

INVESTIGAÇÃO NA LIBERTADORES

De acordo com depoimento de Navarro, o volante teria proferido ofensas de cunho xenofóbico, chamando-o de “venezuelano morto de fome”. Testemunhas do Talleres, como Lautaro Nahuel Bustos e Marcos Ezequiel Portillo, confirmaram a versão do venezuelano.

O delegado afirmou: Ele compareceu, esclareceu todos os pontos que foram questionados, mas os elementos realmente recaem contra ele. A versão da vítima é corroborada por outras testemunhas. Ele não apresentou nenhuma testemunha que pudesse afastar a credibilidade que temos das outras testemunhas, jogadores do Talleres. Então, por esse motivo ele foi indiciado pelo crime de injúria racial.

Outros relatos vieram do árbitro Piero Maza Gomez e dos policiais militares Wellington Rodrigues dos Santos e Rodrigo Simplício, que conduziram Navarro à delegacia do estádio.

SÃO PAULO NA DEFESA

O São Paulo apresentou imagens para tentar sustentar a defesa de Bobadilla, mas, segundo o delegado, não foram suficientes para modificar as evidências colhidas durante a investigação.

O inquérito está em fase final e, segundo esclarecimento da polícia, será encaminhado ao poder judiciário. O Ministério Público poderá, então, abrir ação penal contra o jogador.

O inquérito está em fase final de tramitação. Concluindo o inquérito, ele é encaminhado ao poder judiciário. O Ministério Público toma conhecimento dessa investigação e pode promover uma ação penal contra ele (Bobadilla). É uma acusação que o estado faz de processar uma pessoa no poder judiciário. Aí é a segunda etapa. A primeira é com a polícia, a segunda é com o poder judiciário e o Ministério Público, explicou o delegado.

Casos de xenofobia como este são enquadrados como crimes de racismo pela legislação brasileira, com penas previstas de dois a cinco anos de reclusão. Além disso, Bobadilla pode ser suspenso de competições organizadas pela Conmebol.

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